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Os Vários Níveis de Policiamento (Poema)

Era uma vez um ser vivo,
que ao nascer,
visualizou o mundo
que o rodeava e por isso,
começou a policiar
o mundo à sua volta.

Havia eventos
que o perturbavam
e outros
que este novo ser
que nem sabia ler,
ignorava. 

Era uma vez um ser vivo
que sabia ler, escrever e pensar.
Este ser tão comum a vários outros,
que também sabiam ler, escrever e pensar,
decidiu seguir a carreira de Polícia,
sabendo nós que até um ser
que não sabe ler, escrever e pensar,
já faz isso desde o dia em que nascia. 

Era uma vez um ser
que não sabia ler,
escrever e pensar,
mas intuitivamente
tentava ajudar
outros seres vivos
que estavam a passar mal.

Este ser tinha quatro patas
e no seu cantar,
ladrava, uivava,
demonstrava-se contente
abanando a cauda,
ou sorrindo com os dentes.

Raramente outro ser
gostava do seu sorriso,
mas ele apontava para questões
da propriedade e da liberdade,
que até os animais que não sabem ler,
escrever nem pensar,
sentem enquanto estão vivos. 

Silenciosamente,
outros animais que também
não sabiam ler, escrever e pensar,
esperavam uma oportunidade para atacar
outros animais inocentes e pacificos,
para demonstrar a sua força
que certamente não estava na mente.

Certo dia, numa dessas travessuras,
outro animal igualmente silencioso o atacou,
sendo que foi na altura que ele gritou, dizendo:
"Ajuda Ajuda, estão a atacar-me",
mas quem conhecia
o passado deste ser mal amado,
ignorou o evento. 

Era uma vez um animal
que não sabia ler, escrever e pensar.
Este ser que saltava de árvore em árvore,
por vezes gritava e remexia os ramos das árvores,
sabendo nós que cada árvore
representa um ramo do conhecimento,
o mundo abanava em prol do seu sentimento.

Era uma vez um ser
que não sabia ler, escrever e pensar,
mas sabia tanto ou mais
do que os que afirmavam ao mundo saber amar e,
todos os outros que todos os dias se sacrificavam
para que as suas vidas ficassem melhor,
demonstravam-se estupefactos por ouvirem o grito
dos que ficavam parados à espera do pior. 

Pássaros a voar,
sempre deram sinal
de algo que poderá correr mal,
mas no mundo dos que sabem ler,
escrever e pensar,
sentir era também saber ignorar,
ocupados com suas vidas
faziam de conta que nada estavam a ver
pois tudo poderia acontecer. 

 

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