O Problema deste Calor Excessivo

Mais uma história que em vez de criticar sem piedade, irá criticar em piedade. 

É raro, por isso aproveitem e usufruam de uma história positiva. 

Ainda há dias saí até Espinho e tudo correu bem, mas hoje...

Hoje saí bem cedo para ir ao ginásio e como sempre, fui de bicicleta. De manhã ainda estava fresco e o calor quase não se sentia. 

Passado umas horas saí e fui em direcção a Matosinhos. Nessa altura, por volta do meio dia, o calor já se fazia sentir e lá encontrei um restaurante chamado "meio-nau" com uma sombrinha, pois o calor já fritava a pele de quem não estava a usar protector, nem tinha apanhado sol nos últimos dias e como tal, não estava preparado para as temperaturas extremas que se sentiram hoje. 

Entretanto com o calor que estava já por volta das duas da tarde, vim de volta para o Porto ainda passando pelo Parque da Cidade, para suar mais um bocado. Uma hora passou e já eram quase três da tarde, quando decidi ir pela marginal até à Ribeira, onde ainda tive a oportunidade de ver o pessoal das localidades a atirarem-se para o rio a partir de zonas altas. Os corajosos desta nossa Invicta. 

Fui nas calmas fazendo algumas paragens, pois cansava-me rapidamente sendo que não tinha nada para beber enquanto andava. Por vezes também faço escolhas parvas, tal como não comprar uma garrafa de água, quando estou a sentir-me cansado e a "morrer de calor". Com uma barriga monstruosa, a minha missões é que chegue àquele momento em que já não tenha necessidade de me curvar para a frente para ver "o meu ser" em miniatura. O_o 

Por volta das 18 horas cheguei à Ribeira e comecei a subir uma daquelas ruas a pique, chegando à rua da Almada num estado estupidamente cansado e "a suar como um cavalo". ( não sei se os cavalos suam, mas isto é só uma expressão idiomática ) :D 

Entretanto passa um turista que parecia ser da America Latina que me perguntou se me sentia bem, ao qual lhe respondi que sim, sendo que estava sentado no chão. 

Passado uns dois minutos, dois agentes da PSP apareceram e perguntaram-me: "Você sentem-se bem? Passou ali um senhor que nos disse que lhe perguntou se você estava bem, mas ele não ficou convencido e como tal, viémos verificar". 

Respondi-lhes que sim e que realmente o calor estava muito forte e que me sentia exausto. Um dos agentes disse: Precisa de alguma coisa? Ao que lhe respondi: Se quiser ir buscar uma garrafa de água, aceito e posso dar-lhe o dinheiro para isso. Um dos agentes deu seguimento ao pedido e o outro fica ao meu lado e repáro que só tinha 50 centimos.  

Quando o outro agente volta com uma garrafa de água fresca, disse-lhe: só tenho 50 centimos mas aceite por favor. O agente negou o dinheiro e ofereceu-me a garrafa, quando eu já estava de pé para demonstrar ao agente que ficou comigo, que estava bem. 

Não há dúvida que ao beber um pouco de água fresca, as energias ficaram equilibradas e senti logo força suficiente para dar seguimento ao caminho até casa. 

Quando os polícias fazem algo de mal, sou o primeiro a criticar sem piedade as suas escolhas mas quando fazem algo de bom, também sinto a necessidade de criticar em piedade as suas escolhas. 

Uma notícia como esta não é interessante para os programas de TV ou Rádio e ainda bem, pois prefiro entrevistar-me a mim mesmo, do que ter de falar com um qualquer jornalista, que normalmente faz perguntas idiótas, demonstrando pouca ou nenhuma sensibilidade para com a pessoa que está a entrevistar.