Há quem ganhe um pouco mais sem fazer mais

 O tráfico de armas, bombas e droga, continua a aumentar e a polícia continua a passear de carro, mota e também a pé. Quem dera à maioria poder ganhar mais sem fazer mais, mas só alguns podem, pois a maioria não pode. Os serventes de obra continuam a trabalhar no duro, 8 horas seguidas. Alguns perdem a vida, outros perdem as faculdades físicas e mesmo que sejam os responsáveis pela construção de edifícios, pontes e cidades, não ganham mais por isso. Os pedreiros também não. Os empregados de mesa também não. Os padeiros também não. Os pasteleiros também não. Os professores também não. Os educadores também não. As empregadas de limpeza também não. Os trabalhadores de hotelaria, mais de 12 horas por dia, aturando bebados, devedores e outros com inumeras fantasias. Esses pagaram para sobreviver e só poderão ganhar se a "sorte" lhes calhar, como resultado de um investimento do tempo sem saberem se "amanhã" terão de fechar, pois também eles têm contas para pagar.  

Os alunos que perdem anos de vida a estudar, também não e caso não passem no exame, terão de repetir o ano sem ganhar um único tostão, mas pagando mais propinas que para o efeito evolutivo da sua educação, é dinheiro investido em vão, pois o mais certo é terem de lidar com o desemprego e com a falta de recursos profissionais e morais que existem neste país. 

E os cães usados pelas polícias para fazer o que a polícia é incapaz de fazer, também não têm direito a um subsídio de férias ou a garantia de uma boa reforma, pois esses serão explorados até ao dia da morte, ou até ao dia em que perdem as faculdades físicas por terem sido vítimas de algo que no efeito natural das suas vidas, nunca lhes poderia acontecer. 

Também não existe assim tantos empregos onde o grande objectivo funcional e activo, seja o de passear, ora de carro ora de mota ora a pé, ignorando o que acontece ao "pé" ou à "mão", o que importa é saber ignorar e continuar, pois afinal a função policial está em saber esperar que um evento aconteça para terem função. Caso contrário não podem te-la e como tal, tornam-se o que muitos consideram ser. Inúteis que nada estão a fazer. 

Os grandes traficantes irão continuar a pagar as propinas à polícia para viverem em Liberdade e os pequenos, presos e condenados por tentarem ganhar algum para garantir o pão do outro dia. 

Assim vai a justiça. 

Lições que sempre tiveram expressão na realidade com os mesmos contornos que têm durante todos os outros séculos da história. A Criminalidade tem vindo a aumentar e mesmo que as polícias ganhem mais, iremos ver que nada irá mudar. 

Caso o leitor seja um agente da justiça, não se sinta ofendido, mas demonstre-me que nada está perdido e que algo irá mudar, pois é essa a vossa função. Dar a vida por nada ou por um único tostão. É o sabor da Pátria. Matar ou morrer em nome de um valor que não irá impedir algo acontecer. 

É como matar ou morrer em nome de Deus. Sabe-se que "Ele" deu a Liberdade da escolha. Se escolher matar ou morrer, "Ele" não irá impedir que isso possa acontecer! 

Que posso eu fazer? Eu escolhi escrever e mesmo assim, nada irá impedir que possa morrer, pois todos irão morrer. E melhor do que ser corrupto é inspirar outros com um novo produto, literário, isto é, de conteúdo imaginário, pois este trabalho não tem um horário e assim ninguém nos faz de otário. Estamos sempre a aprender e isso é o que nos faz crescer mesmo não ganhando um único tostão por ajudar o resto da humanidade a pensar, usando simples gestos, isto é, ler e escrever, pensar e voltar a ler e a escrever ciclicamente, que é a condição de evolução da ciência e de todas as outras disciplinas do conhecimento que foi elaborado e vos foi oferecido, sem terem de pagar mais por isso. 

E agora que vão ganhar mais, espero que tenham aprendido que o manifesto é um acto activista e por isso, sempre que tentarem prender os activistas lembrem-se dos artistas, que também passam a vida a trabalhar sem nada ganhar. 

Se for para um país que não conheço, serei capaz de encontrar um ou mais traficantes que me vendam droga. Se os polícias que lá vivem são incapazes de os encontrar, significa que ou são corruptos ou incompetentes! 

Eu cá não sou contra a venda de droga, pois os traficantes não obrigam ninguém a compra-la. Ao contrário, milhares de produtos desnecessários, são publicitados compulsivamente nas TV's e Rádios e mesmo que não pareça obrigatório compra-los, raros são os que não sentem essa necessidade. Por outro lado, a droga não tem apoio publicitário e produz mais riqueza do que todos os outros produtos que exageram na publicidade. É parte do conhecimento histórico: "O proibido é o fruto mais apetecido" e mesmo sabendo dessa condição real, os sistemas continuam a proibir o que por ordem lógica da condição será o produto mais desejado e como tal "querido". 

Há coisas que tem sentido proibir, tal como o uso de armas de fogo, mas como se pode ler nas notícias, qualquer um as pode adquirir mesmo que na perspectiva judicial, também seja um produto proibido e por isso, terá sentido que seja um produto requerido. Mais vale o suicídio do que o homicídio, pois quem se mata será com a vontade de morrer e quem é alvo de um ataque, não terá desejado morrer, mas vejamos, o suicídio é considerado um crime e o homicídio também. Dentro do que é mau, que seja um mal menor, pois as drogas matam quem as consome e as armas matam outros além de quem as tem. Por isso, a meu ver, o suicídio inerente ao consumo de drogas, é mais moral do que o homicídio com o uso de armas. Além disso, sabemos que é sempre possível ajudar quem perdeu vontade de viver e é impossível ajudar quem já morreu. 

Condeno a violência, seja ela vinda do traficante seja ela vinda do sistema judicial, sendo esta promovida e educada desde sempre, sendo que não é algo tão desejado, pois não é proibido, sabendo nós que todos os países do mundo promovem o uso desta abordagem, como o único método para atingir um fim "vitorioso" e "feliz". 

Apoiem a Ucrania. Enviem mais armas, para que os soldados façam o que todos os outros países em guerra fazem. Matam os inocentes e salvam quem estaria na guerra para morrer em prol desse valor tão desejado e que em nada irá proteger os inocentes. A tão gloriosa pátria. Com tantos espaços livres de populações, todos os exércitos poderiam matar-se mutuamente sem alguma vez vitimizar inocentes, mas as notícias e a história demonstram que os soldados matam mais inocentes do que os soldados do país que estão em conflito. Para isso não era necessário haver uma educação militar, pois sabe-se que em países mais pobres até crianças com menos de 5 anos e como tal, sem educação militar, são capazes de fazer o mesmo.  E agora querem criar um exército de drones. Basta pensar nas milhares de crianças que passam horas das suas vidas a jogar. Jogos onde o único objectivo é matar. 

O que gostava de ver, era a polícia a apoiar o activista e a negar as ordens do superior que não quer saber da vítima. Façam ruído, pintem as paredes e as estátuas, juntem-se a quem desde sempre luta para que este mundo melhor e avance. Quando esse dia chegar, ai sim, irei acreditar, ora nas polícias ora nos sistemas judiciais. 

Nesse dia o mundo irá mudar, pois para fazer justiça é necessário pensar, isto é questionar. E só quem questiona, nega, pois até a ciencia teve de negar para acreditar e só foi capaz de evoluir, nesse processo de negação, para descobrir que afinal era verdade tudo o que foi negado. Ter ação sem questionar é um passo para a criminalidade social. É por essa razão que milhares de militares matam em prol da sua emoção, sabendo que o sistema judicial é puramente racional e nada emotivo, mesmo que se demonstre compreensivo. 

Quero acreditar que um dia a polícia irá dar uso ao cérebro e questionar antes de ter uma ação contra quem, afinal de contas, iria ser capaz de perder tudo o que tem, para que até os polícias possam ter os direitos que querem ter. Mas até agora, nunca vi um único polícia a apoiar as causas de quem será vitima, mas sim as causas de quem irá vitimizar em prol do seu enriquecimento económico. Talvez esteja a exagerar, mas como é um evento tão raro de acontecer, por mais que não goste de ver, terei de aceitar. 

Sei que há polícias bons. Mas também sei que os bons são tão raros que facilmente passam por serem maus aos olhos dos que são verdadeiramente maus. Também sei que os maus podem ser bons e que os bons podem ser maus. 

Felizmente ou infelizmente, é a condição que o tal Deus nos deu. Escolhi escrever e descrever, realidades possíveis, reais ou impossíveis, com letras mundos fantásticos e com códigos lógicos, mundos possíveis. Essa foi a minha escolha. 

Não será fácil ser um agente da justiça, mas neste mundo, tudo o que é fácil é fútil. 

Como gosto de pensar, o Deus lá gostou de mim e pelo menos nessa perspectiva, "alguém" gostou de mim. 

Sou o Macaco. Aquele animal ruidoso que alerta para os perigos e por isso, odiado pelas feras que tendem a atacar inocentes para se alimentar. O mundo racional deveria saber separar-se da sua animalidade emocional, salvo quando são capazes de criar algo construtivo sem serem destrutivos.