Uma Lição Divína
A Cultura portuense tem sempre aquele lado bruto quanto à forma como se expressa.
Talvez por isso é parecida com a ideia de Deus, que é bom e mau ao mesmo tempo, carinhoso e violento ao mesmo tempo, construtor e destruidor ao mesmo tempo.
Seja lá qual for o livro religioso, sendo que os mais antigos são mais subtis a tentarem explicar isso, todos eles focam-se na necessidade de explicar a diferença entre "bem" e "mal" na associação das escolhas que cada um pode ter para com os outros, sendo que aqui no Porto as expressões idiomáticas funcionam de forma semelhante, pois o que está em causa é somente a "verdade".
Por exemplo:
Vamos imaginar que alguém não está a saber como resolver um problema e mais alguém diz-lhe:
"Pareces Burro, não vês o que estás a fazer?"
1. Se a pessoa tem capacidade de pensar no que está a fazer, ela poderá começar a dar uso ao cérebro e então irá considerar que a afirmação que poderia ser ofensiva, é na verdade útil e ajudou-a.
2. Se a pessoa não tem capacidade de pensar no que está a fazer, ela poderá ficar ofendida e, sentir-se atacada por quem lhe tentou dizer de uma forma criativa, que ela não estava a pensar.
Isto só pode ser coisas lá do Deus, as tais lições milenares que milhares tendem a não aprender e que fazem parte de promenores da linguagem e da psicologia. Afinal, até para aprender coisas simples a maioria prefere ler um conteúdo imaginário do que serem os alvos principais das lições dos livros em questão.
Exemplo super popular: "Deus é bom mas mata toda a gente e o Diabo é mau mas faz-nos rir"
Sabe-se que quando nos rimos de uma piada, na verdade estamos a rir de algo que não tem piada, mas o "Diabo" irá rir-se pelo facto dos que deveriam saber pensar, rirem-se. Ao contrário, quando sabemos de uma verdade, "morremos por dentro" e "Deus" torna-se bom na condição de quem soube lidar com a informação. Como se poderá imaginar, tanto Deus como o Diabo, são pessoas. (neste caso, pois estas concepções apontam para o comportamento das pessoas e não para elevações impossíveis de atingir )
Outro Exemplo: "Vai pró Caralho"
Quem sabe Português, saberá que "Caralho" é o ponto mais alto dos Barcos à Vela e que serve o propósito de vigília. Quando alguém vai "para o caralho", irá ter uma das funções mais úteis que garantem a segurança da tripulação. Mas há quem tenha uma mente maliciosa e pense num pénis, pois a palavra também tem esse significado.
Nesse caso, a pessoa imagina-se a ir ao encontro de um objecto fálico e caso não tenha apreciação pelo objecto em questão ( tal como a maioria dos homens ), a pessoa irá sentir-se ofendida só por imaginar o que foi descrito verbalmente, em vez de pensar no que está a fazer e agradecer pela "dica", de quem teve o cuidado de alertar, para algo de mal que a pessoa em questão está a fazer.
Afinal, quando alguém "vai para o caralho" significa que a sua função comunitária está a ser inútil e como tal, na consideração que quer fazer tudo sozinho, terá de ir para um dos pontos, onde a função solitária é útil. Também poderia dizer-se "agarra-te ao leme", mas como se sabe, nem todos saberão conduzir um barco.
Isto são problemáticas da história que estão associadas ao conhecimento da psicologia, séculos antes da psicologia ser uma disciplina cientifica. Afinal, é no processo auto-comparativo que validamos informação e nessa questão, todos os livros do mundo servem essa função.
Outros exemplos comparativos poderiam ser descritos, mas ainda há quem os veja como termos ofensivos sem alguma vez pensar na intenção funcional dos mesmos, tais como:
1. "pareces uma Avestruz", para referir uma pessoa que demonstra ter vontade de esconder-se e que está a mostrar uma parte do corpo que permite identificada-la.
2. "pareces um Macaco", que é o papel principal do autor do conteúdo deste blog, como de outros trabalhos literários relacionados e que, tem por hábito fazer muito ruído quando as circunstâncias podem estar erradas ou podem ser perigosas para os outros.
3. "pareces uma Víbora", que refere uma pessoa que vitimiza outras pessoas, sem elas terem feito nada de mal e que normalmente poderá estar associado a mulheres.
4. "pareces um Leão", que pode referir um aspecto positivo, tal como a demonstração de coragem, como também pode ter um significado semelhante ao exemplo anterior a este, pois terá vitimizado "um animal" mais fraco.
5. "pareces uma Vaca", que refere uma mulher que está extremamente obesa.
6. "pareces um Boi", que refere um homem que está extremamente obeso.
7. "pareces um Porco", que refere alguém que está a "comer tudo", ou que está com falta de cuidados higiénicos. O termo também é usado para referir a polícia, pois quase sempre a polícia teve a necessidade de se aproveitar dos outros, sem ter o cuidado de defender os seus direitos.
8. "cantas como um Passarinho", que refere alguém que está a falar de coisas que podem ser susceptíveis ao resto dos grupos.
9. "calado como um Rato", que refere pessoas que ao fazerem asneiras não se acusam e ficam caladas sem admitirem o erro que fizeram, como também pode referir pessoas que sabem da origem do mal que vitimizou outras pessoas, mas não são capazes de denunciarem quem vitimizou terceiros.
10. etc.. ( centenas de animais existem, significando que centenas de outros exemplos também, pois cada um tem as suas qualidades e características, para serem usadas para educar crianças e pessoas que usam o cérebro )
Só porque nasci e cresci no Porto, tive de aprender estas questões da linguagem sozinho e por isso, esta música é dedicada a todas as pessoas do Porto ou amantes desta cultura deliciosamente educativa, principalmente para todas as pessoas que pensam no que acabaram de ler ou ouvir, tendo ela um estilo Divíno.
Obrigado Porto, pois aprendi imenso contigo! <3
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