Opiniões e Reflexões
O presidente do sindicado dos oficiais da PSP, o qual disse ou escreveu um artigo que tem como título «Os Polícias não precisam apenas de Dinheiro», artigo este que é de 29 de Agosto de 2024, sabendo que dias antes, escrevi um artigo que foi publicado a 29 de Julho de 2024 e partilhado nas várias páginas e grupos das polícias no Facebook, com o nome «Há quem ganhe mais sem fazer mais».
Este artigo é uma espécie de comentário a este novo artigo publicado no Jornal Sol. Sendo que não estando relacionado com o tema, no meu trabalho artistico, também sou o Sol, mas isso faz parte da fantasia e das expressões criativas, que tentam explicar as subjectividades dos seres que têm emoções e que estão normalmente sincronizadas com o meio.
Primeiro comentário à introdução do artigo que diz: "Não se pense que o recente aumento do suplemento por serviço e risco nas forças de segurança resolve os graves problemas estruturais que se vêm a agudizar há muito. É, pois, prudencial não se hastear esta bandeira muito alto, passando a efabulada impressão que este suplemento colocará fim a um processo de destruição de dignidade e atractividade numa carreira que há muito deixou de estar nas prioridades dos jovens deste país. O suplemento é um ganho que certamente fará diferença, mas não será mais do que um penso rápido. Reclamam-se, por isso, outras medidas e alterações que não passam necessariamente por mais dinheiro, seguindo exemplos diversos de outros ordenamentos aqui na nossa velha Europa, e que melhoram substancialmente as condições e expectativas organizacionais dos Polícias. Sem prejuízo de poder ser repetitivo, apontaria os seguintes caminhos de reflexão:"
Todos trabalham em prol de uma ilusão. Seja uma ilusão puramente conceptual e inatingível, seja em prol de algo possível, seja em prol de matéria natural ou artificial. Todos têm de lidar com os problemas que são necessário de lidar, para atingir qualquer objectivo, enquanto se trabalha em prol de uma ilusão. A ilusão de um polícia é de ser útil para qualquer pessoa que possa precisar de informações, como também poderá estar na ilusão de que irá ser capaz de resolver ou impedir que problemas sociais que praticam actos violentos contra terceiros, aconteçam.
Comentário ao primeiro ponto de reflexão que diz: "Relembrando, ser Polícia é uma profissão de desgaste rápido (embora, curiosa e estranhamente não seja formalmente reconhecida como tal), do ponto de vista físico e psicológico, com uma perda média de 10 anos na esperança média de vida face ao clima de elevada intensidade operacional e sujeição a quadros de elevada tensão emocional. Não ter implementado um Plano de Higiene e Segurança no Trabalho, já discutido e negociado com o anterior Governo em 2021, para além de necessário, coloca Portugal num nível submundista de quem reage apaticamente às elevadas taxas de suicídio nas forças de segurança (o dobro da população portuguesa) e de doença prolongada (de diversas naturezas) que, para além de penosas para os próprios, retira [ainda mais] polícias do apoio directo ao cidadão;"
Após ter falado da importância da ilusão, que cria a necessidade de evolução em qualquer cidadão, deverei dizer que existem várias páginas expostas na grande teia de computadores pública, que referem que a polícia é uma profissão de desgaste rápido, sendo que nesses mesmos artigos, referem que o desgaste tem início a partir de X idade. Sem falar sobre as restantes profissões listadas no endereço referido anteriormente, podemos pensar nos desportistas ou nos professores. A idade não perdoa. Culpem o Deus de nos ter feito mortais com corpos que envelhecem e se deteoram até ficarem em pó. Mas não se culpem a vocês mesmos, por não terem sido capazes de criar alternativas que garantam as condições físicas e psíquicas que qualquer pessoa poderá ter de lidar, nesta vida tão desgastante, quanto às exigências da sociedade.
Comentário ao segundo ponto de reflexão que diz: " Adopção de um sistema de apoio a famílias, com a criação de acessos prioritários a jardins de infância e berçários, ao ensino pré-escolar ou, na sua falta, concedessem condições de acesso à oferta da rede privada;"
Não sei, até que ponto os serviços da polícia deveriam ser privatizados, se bem entendi, pois os sistemas de apoio fazem parte de vários organismos públicos que também têm esse papel, tal como a segurança social e por isso, só faltará a comunicação entre os dois serviços públicos para que esses apoios possam acontecer, sabendo que para falar não é necessário andar fardado e armado, muito menos entrando em jardins de infância e todos os estabelecimentos de ensino que reprovam o uso dessas ferramentas que servem a única intenção que a educação dentro das sociedades "livres", não querem que exista, como meio de atingir fins.
Comentário aos restantes pontos de reflexão: Sobre o 3º ponto. Se as autarquias quiserem facilitar, dando prioridade aos agentes da polícia em adquirir casa, poderão faze-lo, sendo que na perspectiva do "mercado" é sempre injusto para os restantes, existir quem tem prioridade, pois para haver casa para uns, poderá inevitavelmente não haver para outros. Quanto ao 4º ponto. Não discordo, tal como todas as outras profissões têm dois dias de descanço, sabendo que a "tal idade de desgaste" já foi atingida. Humanizar as polícias está em focar as fragilidades das mesmas. Relativo ao 5º ponto. A formação dos serviços de apoio administrativo, poderá ser uma questão tramada, sendo que em quase todas as profissões do mundo existem esses serviços, que estão entregues a pessoas que "alta confiança", pois não sendo polícias, irão ter acesso de leitura e escrita a todos os dados que gerem o lado legal e documental das polícias e de qualquer cidadão. O 6º ponto demonstra a possibilidade de "fugir" da posição profissional, continuando a fazer parte da mesma. Se isso existisse em todas as outras profissões era um "mimo". Por mim, nada contra. Que existam mecanismos que movem os profissionais de posição ou serviço que já demonstram incapacidades de lidar, sem perderem direitos, pode existir ora na polícia ora em todas as outras profissões do mundo. É uma boa utupia. No 7º ponto é outra utupia que os professores e outros profissionais iriam amar. No 8º Ponto diria que é uma contradição. O trabalho à distância pode ser feito em casa e para essas funções não é necessário ser polícia. O processo de recrutamento deve ser feito com base nas aptidões de quem se candidata e não com base no que a função permite ou não fazer. Quanto ao 9º ponto, pensava que já era por direito, os polícias ( independentemente da especialização ) poderem andar gratuitamente em transportes públicos. No 10º ponto também pensava que já era por direito qualquer agente poder candidatar-se à universidade, havendo uma ou mais vagas garantidas. Os militares podem ou podiam fazer isso. No 11º ponto, é também uma luta comum de um grande leque de profissões, nas quais os profissionais sofrem acidentes de trabalho e necessitam de ajuda social e médica. Por mim, todas as profissões do mundo tinham difeito a essas benefes e saber que existem alguma que oferecem essas garantias, já é injusto para todas as outras que não podem usufruir das mesmas. No 12º ponto é outra questão que professores e outros profissionais sonham em ter. Por mim, todas as profissões do mundo deveriam garantir uma solução para esse problema, sendo que os alunos serão excluídos, pois ainda se considera que estudar não é trabalhar. As taxas referidas no 13º ponto é outro passo utópico que todas as outras profissões gostariam de salvar-se. Mas pagar menos e ter melhores qualidades de serviço é um contracenso, na perspectiva do serviço público. O Estado quer mais dinheiro e seja lá qual for o meio dos outros pagarem e contribuirem para o Estado, é sempre uma mais valia para o Estado.
Esta vida é sempre penosa, principalmente numa sociedade que foca a necessidade de punir e exigir dinheiro a quem já contribuiu economicamente e eticamente para a sociedade.
Quanto ao último comentário que diz: "Estas são algumas, de um vasto acervo de medidas que podem, sem grandes dúvidas, fazer imensa diferença na carreira e vida dos Polícias, contribuindo para uma maior dignificação da profissão, melhorando os níveis de retenção, de captação e da tão apregoada atractividade. Enquanto escrevia este artigo acabava de ocorrer mais um ataque hediondo num festival na cidade de Solingen, na Alemanha com três pessoas esfaqueadas. Para termos um Estado forte, que responda aos mais elevados e vindouros desafios securitários que espreitam, precisamos de Forças de Segurança fortes, robustas e motivadas. Acreditamos que este é o caminho."
Como pode ver, escrever é um trabalho penoso e mesmo que não tenha um retorno económico, alimenta as almas de quem se alimenta com o conhecimento. Se na Alemanha três pessoas foram esfaqueadas é porque pessoas usaram facas para atacar outras pessoas. Nenhuma força policial poderia impedir isso, pois essa atitude deve-se aos princípios educativos que as pessoas têm, como também se deve a outras problemáticas do foro humano que possivelmente não foram educadas com a devida importância. Seja como for, o evento é fora de Portugal e a PSP é uma polícia portuguesa. O esfaqueamento terá sido reportado por um cidadão que não é da polícia e por isso, uma vez mais a polícia precisa do cidadão.
Alguém pague ao cidadão pela sua contribuição, nem que seja um simples número virtual que define o número de vezes que o cidadão fez uma boa contribuição.
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