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A Cultura e as Práticas da sua Memória

A Cultura prende-se à memória e há memórias que deveriam ser esquecidas para não terem continuidade existencial. Assim é, mais uma reflexão que irá criticar com ou sem piedade, casos da humanidade. 

No artigo anterior falei do lado Cristão sendo que dois antes falei do Islão. Entre os dois, o Cristianismo é muito melhor, pois teve mudanças que vão ao encontro do conhecimento da actualidade, desprendendo-se da memória cultural e literária que cultivam e que foi descrita há 20 séculos atrás, significando assim que não houve uma mudança bem marcada como processo de evolução de si própria. Mas mal por mal ou bem por bem, lá se foram adaptando às circunstâncias da actualidade pondo de lado as interpretações do passado. 

Ainda no artigo anterior, como em muitos outros, falo da cultura Hindu, afirmando que terá sido a única religião do mundo que tentou integrar as outras religiões em si própria, sendo que a própria religião Hindu, também praticou a discriminação social durante vários séculos e não a discriminação religiosa, pois essa foi quase sempre respeitada. Por questões de sobrevivência e por questões de fragilidade, alguns grupos Hindus tiveram como única opção de expansão os casamentos entre pessoas da mesma família. Hoje em dia em paises Asiáticos, tais como na India, ainda se pratica a obrigatoriedade do casamento de meninas menores de idade com homens já feitos. 

Tenho pena que essas práticas culturais tenham continuado durante tanto tempo, mas é verdade que algumas comunidades hindus e\ou ciganas, que mesmo não tendo relação directa, tem relação histórica, ainda existam crianças que são obrigadas a casarem-se com um adulto que não desejam. Não tenho nada contra a cultura cigana, pois bem sei que, tais como muitas outras, foram comunidades discriminadas e como tal, auto-excluídas, resultando na sua necessidade de se adaptarem à realidade fora do âmbito da mesma.  Sem querer comparar, os ratos fazem parte de uma comunidade que acompanha a evolução da sociedade mas que se auto-exluí da mesma, pois é também perseguida e encriminada, por causa do seu estilo de vida que se mantem a partir de tudo o que a sociedade deita fora.  

Pior do que obrigar uma criança a casar, é obriga-la a manter relações sexuais, com um ser que já é adulto e que poderia encontrar uma mulher adulta para se formar como casal. 

A Cultura e a sua Memória tem destas problemáticas. Se por um lado, ao pensarmos o caso, em estado de emergência e de sobrevivência, a prática pode ser aceite pois depende da sua continuidade, mas por outro lado, aprende-se que as práticas culturais que vêm de um passado, normalmente são práticas errantes e bastante desconcertantes, quanto aos valores que defendem.

É como a tourada. É como as arenas de leões e cristões, ou criminosos e ladrões. Mesmo que me pareça mais justo, um combate entre dois criminosos e ou dois ladrões, é imoral exaltar essa prática. O mesmo será para com os touros e para com os cristãos e\ou para com os leões. São práticas que apareceram para tentar educar e sensibilizar problemáticas sociais, sendo que não foram as melhores abordagens para chegar a um qualquer fim educativo, mas sim, motivaram a sua continuidade com um propósito competitivo, essas práticas e outras mais, deveriam desaparecer com o tempo. 

Os radicais, são sempre aquele grupo de pessoas que vive tão intensamente um conteúdo puramente teórico, que sente necessidade de aplica-lo na realidade e que se sente ameaçado quando alguém põe em causa a sua forma de estar e pensar e como tal, sentem necessidades de atacar, não de forma justa ( falando ) mas de forma injusta ( atacando, batendo ou matando ) sem falar. Tanto faz qual é o assunto em questão. Os radicais é isso que demonstram ser e é isso que serão. Uma demonstração de inadaptabilidade social e cultural de tudo e todos os que negam abraçar tudo o que eles querem dominar. 

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Um dia falava com um crente cristão que partilhava a opinião de um dos vários moçulmanos que conhecia e que dizia, não considerarem o Cristo como o Messias, pois naturalmente o povo moçulmano não luta pela sua liberdade de expressão, mas por uma espécie de união que impede mais alguém de se pronunciar em nome do que acredita. O ente querido do povo moçulmano não quer revolucionar a mente dos homens que o seguem, mas leva-los a um estado em que a liberdade só será atingida depois da morte e que até lá, será impossível atingir essa tal liberdade, pois para a sua infelicidade, mesmo negando, também lutam pela competição da sua expansão. 

A vida deve ser levada de uma forma leve. Sempre que a intensidade se torna o motor de espansão de qualquer ideia, politica ou religiosa, é motor de discriminação social e política, pois na intensidade emocional da percepção, só existem desiquilíbrios interpretativos e erróneos. 

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